Por: Victor Leonardo Barreto e Weverson de Abreu Lima

Quando falamos de departamento de emergência é muito comum que as pessoas normalmente lembrem de procedimentos relacionados ao manejo da via aérea. Nesse sentido, iremos falar um pouco mais sobre a importância do posicionamento correto do paciente durante o procedimento de intubação traqueal, conferindo o que costumamos chamar de “eixos alinhados”. No que se refere à via aérea e, mais especificamente, à intubação orotraqueal, destaca-se que devem ser tomados cuidados essenciais para que a primeira tentativa de intubação seja bem sucedida, evitando tentativas de resgate e possíveis complicações.

Dentre esses cuidados, podemos ressaltar o posicionamento do paciente como um dos fatores determinantes do sucesso da intubação. O correto posicionamento do paciente busca contribuir para o alinhamento de estruturas anatômicas de forma que a laringoscopia e a passagem do tubo se tornem mais fáceis. Nesse sentido, quando falamos de “eixos alinhados”, estamos no referindo aos eixos oral, laríngeo e faríngeo. 

Ao falar de posicionamento dos pacientes durante a intubação é válido lembrar que o correto posicionamento do paciente pode ser feito com ele já inconsciente. Nesse contexto, é importante salientar que a literatura descreve duas posições que são rotineiramente utilizadas para facilitar o alinhamento dos eixos, sendo elas: Sniffing position (posição do cheirador) e a Ramp position.

Sniffing Position

É a posição comumente mais utilizada nas intubações. É importante frisar que nessa posição ocorre uma vasta movimentação da região cervical, sendo a porção inferior flexionada e a porção superior estendida. Destaca-se ainda que o paciente deve estar posicionado em uma superfície plana.

Ramp Position

Essa posição é caracterizada por proporcionar não só um alinhamento adequado dos eixos da via aérea, mas também uma melhora na capacidade residual funcional do paciente. Costuma ser utilizada em pacientes obesos. Nesse contexto, destaca-se que para o correto posicionamento em “ramp position” deve ser utilizada a cabeceira da cama com elevação de 20-25 graus ou coxins na região occipital do paciente, com a finalidade de proporcionar um alinhamento entre o meato auditivo e o apêndice xifoide, formando um plano imaginário entre essas duas estruturas.

Via aérea – O tal do “Eixos Alinhados"

OBS: A literatura não demonstra diferenças ou maiores benefícios quando comparamos a utilização das duas técnicas de posicionamento.

Coxins

Quando falamos de posicionamento para intubação traqueal, é comum lembrarmos da utilização de coxins para a correção de determinados fatores que dificultam um adequado posicionamento dos pacientes. Os coxins podem ser utilizados tanto em pacientes adultos quanto em pacientes pediátricos, entretanto a utilização desses recursos guarda algumas diferenças dependendo do tipo de paciente. Em pacientes adultos o coxim deve ser utilizado na região occipital. Em pacientes pediátricos, devido à desproporção entre o tamanho da cabeça/occipicio e o restante do corpo e à maior anteriorização da via aérea, o coxim deve ser utilizado na região interescapular em crianças menores.

Videolaringoscopia

Os videolaringoscópios são recursos que têm sido cada vez mais utilizados na intubação de pacientes graves com via aérea predita difícil. Aos poucos esses equipamentos estão sendo integrados aos departamentos de emergência.  No que tange ao posicionamento dos pacientes, a utilização de videolaringoscopia exclui a necessidade de um alinhamento dos eixos para visualização direta, visto que o mecanismo de vídeo dos videolaringoscópios possibilita uma visualização bastante superior àquela ofertada pelos laringoscópios tradicionais. Destaca-se ainda que essa melhor visualização possibilita maiores chances de sucesso na primeira tentativa de intubação e um melhor manejo da via aérea do paciente no departamento de emergência. Destaca-se que em algumas situações, o uso do videlaringoscópio pode dificultar, principalmente quando nos deparamos com via aérea contaminada por grande quantidade de fluidos como sangue. Além disso, para usá-lo em situações de emergência é imprescindível estar treinado e familiarizado com o aparelho.

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